sexta-feira, 25 de março de 2011

Um Coração Dividido Por Amores Rivais.

Antes de negar a Cristo na madrugada do dia em que Ele foi crucificado, o apostolo Pedro pensava que amava a Cristo mais do que qualquer outra coisa, ele cria que sua adoração ao Senhor era completa, plena, total. Assim como nós também  muitas vezes cremos. Somos convencidos a pensar que estamos guardando o primeiro mandamento e presumimos erradamente que o nosso amor pelo Senhor é maior e mais forte do que qualquer outro amor.
Nesta mesma noite o apostolo Pedro disse: “mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei”. Mc. 14.31. Mas Jesus que conhece o coração do homem de forma profunda, com todas as suas intenções lhe disse: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás. Um tapa de luva de pelica no orgulhoso e seguro de si, Pedro, que neste momento se vê completemente sem reação diante das plavras de Cristo. Mas com certeza o choque foi ainda maior quando o olhar penetrante do mestre lhe mostrou quão caido era seu coração e qual era o verdadeiro foco do seu amor e adoração.
Pois o coração de Pedro já covertidado a Cristo ainda abrigava outros deuses.E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes. E, saindo Pedro para fora, chorou amargamente Lc.22.61. O amor de Pedro pelo Senhor, neste momento de sofrimento intenso foi provado e não se sustentou. O amor dele pela propria vida foi mais intenso que o amor que sentia por Cristo naquele momento. O temor dos homens foi  maior do que o temor de Deus diante da morte. E a sua fraqueza foi mais forte do que a sua coragem.
Mas gloria a Deus por Jesus Cristo, pois Ele jamais desiste do seus, o amor perfeito de Cristo não falha, não depende das respostas dos homens. E novamente nos vemos Cristo amando a Pedro, mesmo após ter sido por ele negado. Misericordiosamente Jesus o ajudou a entender sua fraqueza. Na Praia, após a sua ressureiçao enquanto preparava um jantar para os discipulos, Jesus amorosamente confrontou Pedro. Por tres vezes lhe perguntando “ Simão, filho de Jonas, amas-me?” Jo 21.15-17. Uma tradução possivel desse texto no grego seria “Tu me ama com uma devoção tão intensa que elimina todos os outros amores?” E a reposta de Pedro foi Tu sabes.  É como se Pedro estivesse dizendo: “Senhor Tu conheces o meu coração, eu te amo, mas Tu sabes como como tenho sido incapaz de amar-Te com todo o meu ser com toda a minha alma, porque ainda tenho amado outras coisas, principalmente as pessoas e as opiniões delas sobre mim”.
Pedro não era diferente de nós, que muitas vezes deixamos de tomar posições firme pelo Senhor como deveriamos, isso porque temos competindo em nossos corações os mesmos amores que Pedro tinha. Tememos que os outros nos censurem, que se divirtam as nossas custas, que nos persigam. Somos exatamente como Pedro, não somos?
Mas o que nos consola diante de tudo isso é saber que a ainda que a fé do apostolo tenha fracassado em alguns momentos ela não fracassaria e nao fracassou por completo. Exatamente porque o Senhor Jesus havia orado, intercedido por ele. E este mesmo glorioso Cristo é também o nosso intercessor diante do Pai. Ele um dia já orou por nós, para que o mundo não abafe por completo a semente de esperaça e a fé implantada por Ele em nosso coração.
Por isso se você tem vivido com o coração dividido por amores rivais, se arrependa e não deixe de confiar em Cristo, como fonte de todo conforto, força e vigor que você precisa. Pois somente ele é capaz de te ajudar a amar ao Pai de toda sua alma, como todo o seu ser e entendimento.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Onde Está Deus Em Nossa Dor?

“À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Mc. 15.34.
“Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade”.
Quem na vida nunca sofreu? Quem nunca se sentiu desamparado ao passar pelo sofrimento? Quem nunca teve a sensação de que Deus estava distante quando mais precisou dEle? Eu creio que muito de nós, se não todos, em algumas ocasiões de nossa existência já nos sentimos assim. Há momentos na vida que nos sentimos sem forças, sem energia física até mesmo para sair da cama de manhã, não temos motivação para fazer nada. Nossa dor e nosso pesar são tão grandes que somos incapazes de nos concentrar em qualquer coisa. Não temos disposição para orar, menos ainda para ler a Bíblia. Deus parece tão distante e sem amor. Tão frio e impessoal. Sem falar que nossa mente em momentos assim é bombardeada por perguntas que questionam a bondade e os propósitos de Deus na nossa vida.
É claro que sabemos que nesses momentos devemos "olhar para Cristo", "confiar em suas promessas", "devemos buscar a palavra e orar" "ter comunhão com a igreja" e sair do "estado de abatimento e buscar alegria em Deus", sabemos que isso é adequado, mas a verdade é que estamos tão desanimados e o nosso coração tão sufocado pela dor e pela tristeza que tudo isso nos parece vazio e inútil. Os amigos nem sempre estão interessados em nos ajudar, e às vezes nem podem. Aqueles que amamos nem sempre nos apóiam. Então nos sentimos sem chão. Sozinhos e angustiados. Sem esperança e desanimados. Mas o que fazer quando passarmos por momentos assim? O que poderá trazer alento ao nosso coração em situações assim? Creio que deveríamos trazer a memória o que pode de fato nos dar esperança.
O texto citado acima retrata o sofrimento e o desamparo que Cristo sofreu no momento de sua morte. A verdade e que ele se sentiu sozinho desde a noite em que foi traído. Pois nesta fatídica noite Ele foi ao Getsêmani para orar e levou Pedro, Tiago e João consigo para que orassem com ele e o confortassem, pois Ele lhes dissera: "A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo". Mt 26.38.
Observe que Jesus, o Cristo encarnado, estava cheio de tristeza e sua tristeza era tão profunda que parecia a morte. Ele era homem de dores e sabia o que era padecer. Seus amigos, aqueles com quem ele andou três anos, o abandonaram no momento em que ele mais precisou, adormecendo quando deveriam vigiar e negando-o quando deveriam permanecer ao seu lado. Ele foi deixado sozinho para enfrentar a dor e o sofrimento. Sua agonia foi tão intensa e grave que seu suor se tornou em gostas de sangue caindo sobre a terra.
Mas no texto de Hebreus citado acima, o autor diz que Cristo ofereceu forte clamor e lágrimas, orações e suplicas a aquele que poderia livrá-lo. E que Ele foi ouvido em suas suplicas, contudo, apesar de ser ouvido, morreu. Deus ouviu suas orações, porém, em vez de salvá-lo da dor e da morte, escolheu que Jesus caminhasse pela estrada do sofrimento, de modo que pudesse receber a alegria maior ao ver os frutos de seu penoso trabalho. Cristo pediu ao pai que se possível lhe passasse o cálice, mas resignou-se a fazer a vontade de seu pai, ainda que isso lhe custasse à vida, e sofresse duplamente a mais terrível das mortes. Pois foi uma morte de cruz, e foi uma morte em que carregou sobre si substitutivamente a irá de Deus por todo o seu povo.
Porque a profundidade da dor de Cristo é significativa para nós? Porque "não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas, mas um que foi tentado em todas as coisas e à nossa semelhança, mas sem pecado". Hb 4.15. Em meio à dor, podemos sentir-nos sozinhos e acreditar que ninguém sofre tanto quanto nos sofremos. Porem, isso não é verdade. Jesus Cristo sentiu tal dor.
Na realidade, ele sentiu uma dor tal que nos teria aniquilado. Ele é capaz de se condoer e se compadecer de nossas misérias. “Por essa razão acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. Hb. 4.16.
Espero que você entenda que o sofrimento na vida do crente é comum. E que Jesus sabe o quanto dói. Não precisamos sentir vergonha de sentir dor em nosso sofrimento. Lembremos sempre que apesar do nosso sofrimento Deus continuava reinando. Deus continuava no trono. “Descansa, ó alma, eis o Senhor ao lado”. Em tempo de dor Saiba que Deus está ao Seu lado. Saiba que Ele não desampara os seus filhos. Saiba que Ele não nega as suas promessas, que se interessa por vocês e pelas as suas dores. Descanse nEle. Confie nEle. Busque a Ele. Creia nEle. Sinta-se seguro nEle. Independente da dor Louve a Ele. Deus jamais desampara aqueles que estão em Cristo e que confiam nEle.

terça-feira, 15 de março de 2011

NA DUVIDA, LEVE UMA DE CADA!








Sentimentos que nos assolam nos momentos de aflições.

"Jesus Chorou" Jo.11.35
Quando lemos o Novo Testamento, ainda que a nossa leitura não seja tão aprofundada, não é difícil percebermos que os evangelhos não se preocupam em oferecer uma descrição detalhada da vida de Cristo até o seu ministério. Não conhecemos muitas coisas de sua primeira infância, de sua adolescência e nem mesmo de sua mocidade. Não temos muitas informações sobre como era a sua relação com os seus irmãos, com os seus pais, com os seus amigos, nem mesmo como era o seu convívio na escola e no trabalho, provavelmente a oficina de carpintaria do seu pai. Contudo, mesmo não tendo todos os detalhes da vida de Cristo, estamos certos que todas as etapas da Sua vida foram vivenciadas em santidade e honra ao Pai celeste.
E o texto acima é uma bela descrição da intimidade de Cristo, ele descreve o amor, a amizade e a emoção de Cristo com o sofrimento e agonia de seus amigos. Existem somente dois textos no N.T que mostram Cristo chorando e este é um deles.
O pequeno versículo acima faz parte de uma história emocionante de amizade, amor, dor, fé e reverência. O texto esta inserido na dramática historia de Lazaro e suas irmãs, Marta e Maria. Porém o protagonista deste evento não são esses três personagens, mas o principal personagem do Universo, o Deus que se fez carne, o Emanoel, o Deus conosco. Todas as nossas atenções se voltam para Ele.
A história se passa em Betânia, uma pequena aldeia, que ficava próximo de Jerusalém e, diga-se de passagem, que em Jerusalém ficavam aqueles que desejavam matar a Jesus, por essa razão vemos tanta covardia e egoísmo na frase de Tomé "vamos nós também para morrer com ele (Lazaro)".
Mas analisando este relato quero deter-me em tirar algumas lições apenas dos sete (7) primeiros versículos. Observe que ao perceber a enfermidade de Lazaro a atitude de suas irmãs foi a de avisar a Jesus e isso aconteceu não somente porque Jesus e Lazaro eram amigos, mas porque elas criam que Cristo poderia operar um milagre e resolver toda aquela situação caótica de agonia e dor. "Sim, Senhor,... eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo" Jo. 11.27. Basta você continuar lendo o texto e notará a fé que elas tinham em Jesus. "Se o Senhor estivesse aqui meu irmão não teria morrido" "Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá." Jo. 11.22. Notem ainda que o recado enviado a Jesus têm o seguinte conteúdo: "Esta enfermo aquele a quem amas" E logo em seguida João registra: "ora, amava Jesus a Marta, a sua irmã e a Lazaro".E ainda complementa, "Quando soube que Lazaro estava doente, Jesus ainda demorou dois dias naquele lugar".
Algumas verdades são claramente compreendidas no texto, observe.
1. A realidade do amor de Deus na vida dos seus filhos não é garantia de livramento de todos os sofrimentos. O fato de Deus nos amar não nos assegura uma vida sem dor, pois o amor de Deus não é sinônimo de ausência de dificuldades comuns a todos os mortais. Na atualidade tem sido pregado um falso "evangenho" afirmando que o crente não pode sofrer, onde está escrito isso nas Escrituras? Pelo contrário, mesmo amando a Lazaro, a Maria e a Marta, Cristo não os livrou dá dor causada pela enfermidade e pela morte. Cristo não precisaria ter esperado Lazaro morrer para ressuscitá-lo, poderia tê-lo curado assim que soube de sua enfermidade. Mas mesmo amando-o Cristo não o curou. Nem os livros desse sofrimento imediato.
2. O amor de Deus por nós não pode ser medido pelo nosso bem estar físico. Ao passarmos por momentos de dor, de tristeza, de perda, de enfermidade, de agonia na alma, jamais deveríamos pensar que não somos amados por Deus. Devemos sempre crer no amor de Deus, mesmo que vivamos dias maus. Cristo amava estes irmãos e mesmo assim eles sofreram. Ver João 11. 3, 5.
3. O tempo do socorro de Deus nem sempre é o nosso tempo. A "aparente" demora de Deus em nos socorrer quando passamos por situações difíceis, não pode nos tirar o ânimo e nem a alegria de aguardarmos o livramento do Senhor. Cristo controla a história, Ele já inclusive determinou o seu final, por isso que as vezes parece que Ele esta demorando em nos responder, a verdade é que o tempo de Deus não é o nosso. Contudo, temos a certeza que Deus sempre age, de acordo ou não com o nosso deseja, mas sempre favorável a nos, porque no final todas as coisas cooperam para o nosso bem. Ver João 11.6
4. Até o nosso sofrimento tem como alvo a glória de Cristo. Todas as situações que nos envolvem, até mesmo as tragédias, tem propósito final de glorificar a Deus. A gloria de Cristo é o alvo final de todos os acontecimentos que cercam o universo e a vida dos homens. Às vezes não temos respostas para algumas tragédias que nos abatem, mas uma coisa é certo, o alvo final delas é a gloria de Cristo. Ver João 11.4.
5. Não podemos perder a esperança de uma intervenção divina, ainda que a situação pereça fora de controle ou sem solução. Lazaro já havia morrido e aparentemente nada poderia ser feito, mas Cristo é o Deus do impossível que se importa conosco. Por isso, que não podemos perder a esperança nunca.
Muitas outras lições poderiam ser tiradas desses versículos, mas eu espero que este texto sirva para devolver ao seu coração, fé, esperança, força e ânimo em Cristo.