Falando sobre beleza Agustinho de Hipona disse:
“És Tu, Senhor, quem os criastes. E porque És Belo, eles são belos; porque és bom, eles são bons; porque existes, eles existem. Mas tuas obras não são belas, não são boas, não existem de modo perfeito como Tu, seu Criador. Comparados contigo, os seres nem são bons, nem belos, nem existem”.
Sabemos que este é um assunto pouquíssimo discutido nos ambientes cristãos, basicamente por duas razões, por nos faltarem oportunidades específicas de ponderarmos sobre o belo, e principalmente por não considerá-lo de importância última para a sobrevivência humana. Tendo em vista a nossa tendência de normalmente debatermos sobre as questões que julgamos ser mais urgentes na vida ou que sejam de interesse imediato.
Contudo, não podemos negar que somos seres dominados por desejos e apetites estéticos, os quais nós fazem observadores da criação e apreciadores da beleza. Está intrínseco na humanidade está atração pela beleza, sendo assim, não podemos anular a importância e a necessidade de ajustarmos o nosso foco sobre este tema, utilizando como lentes para correção e ampliação da nossa visão, as Escrituras Sagradas.
Contudo, não podemos negar que somos seres dominados por desejos e apetites estéticos, os quais nós fazem observadores da criação e apreciadores da beleza. Está intrínseco na humanidade está atração pela beleza, sendo assim, não podemos anular a importância e a necessidade de ajustarmos o nosso foco sobre este tema, utilizando como lentes para correção e ampliação da nossa visão, as Escrituras Sagradas.
É obvio que sabemos da complexidade e da amplitude deste tema, mas também sabemos da capacidade que Cristo tem para dar respostas satisfatórias ao coração dos homens, ajudando-os a enxergarem o belo a partir da perspectiva Divina e não conforme a visão da cultura pop ou da cultura elitista filosófica.
Na cultura popular há uma confusão entre os conceitos e cada vez mais troca-se o real pelo artificial o belo pelo bonito, o verdadeiro pelo falso. E até mesmo no pensamento filosófico ocidental nos percebemos as dificuldades em compreender o belo; o filosofo Friedrich Nietzche disse que a beleza era um sintoma da decadência e da fraqueza da humanidade moderna. Apenas o decadente considera a beleza importante, porque no final das contas tudo que importa é o poder, afirmou ele. No entanto, não isso que a Bíblia diz.
Mas o que realmente é a beleza? Podemos definir o belo como aquilo que cumpre o propósito primário de sua existência, glorificar o seu criador, refletindo a gloria do Senhor, sendo exatamente aquilo que Deus declarou que deve ser. Não há beleza naquilo que não glorifica a Deus e que não cumpre o propósito para o qual foi criado, ainda que “aparentemente” seja bonito.
A compreensão cristã da beleza esta ligada ao conceito de que beleza é simultaneamente o bem, o verdadeiro, o real. Em outras palavras, se algo é bom, e este algo também tem que ser verdadeiro, ao mesmo tempo real, somente assim será belo. Nesse sentido, entendemos que toda beleza da criação é uma beleza refletida do Seu Criador, o qual é bom, é verdadeiro, é real e é belo, portanto, só podemos perceber a beleza finita da criação, quando contemplamos a beleza infinita daquele que é o Seu Criador, através de uma relação de intimidade e devoção a Ele.
Infelizmente o pecado que habita em nós, faz muitas vezes chamar o pecaminoso, o irreal, o feio, o falso de belo. Logo, precisamos entender que existe um contexto de verdade e de moral para as questões relacionado à beleza. Não podemos mais falar sobre beleza como uma mera questão de gosto, pois o belo é objetivo e não subjetivo.
Dessa forma, a queda do homem nos serve de advertência e ilustração, para nos ensinar que aquilo que muitas vezes é belo para os olhos, pode muito bem ser feiúra para a vida. E nesse sentido, nossas tentações não são diferentes da tentação sofrida por Eva, quando ela substituiu o que era verdadeiramente belo, pelo que era meramente um deleite para os sentidos e para os olhos. Em semelhança a Eva nós também somos atraídos para os frutos proibidos de uma cultura corrompida e caída. Simplesmente, porque eles nos enchem os olhos por serem aparentemente bonitos, ainda que não sejam belos. Gn 3.6-7.
Quero concluir dizendo que a beleza dos seres humanos tem haver com a sua realidade ontológica, o fato deles serem criados à imagem de Deus. Ou seja, ao contemplarmos a nós mesmos no espelhou ou até mesmo quando olhamos para o nosso semelhante, a beleza mais marcante não deveria ser aquela superficial, produzida por cosméticos ou moldada pelo padrão que a sociedade diz ser o “ideal” e não pelo padrão do que é real, do que é verdadeiro e moral.
Sendo assim, ainda que não tenhamos o padrão de beleza idealizado pela cultura, podemos nos achar belos, por que somos feitos à imagem de um Deus que é belo. Mesmo que o tempo e o sofrimento da vida tenham deixado rugas, marcas e cicatrizes em nós, mesmo assim continuaremos belos, por que refletimos a beleza do Deus que nos criou.
A sociedade e a cultura podem até não nos considerar bonitos, mas ainda assim, podemos nos sentir belos, porque refletimos a beleza do criador através da imagem dEle refletida em nós. Porque o belo, é o bom, é o real é o verdadeiro, a verdadeira beleza não pode ser fabricada. E só pode ser encontrada quando conhecemos aquele que é verdadeiramente belo, Jesus Cristo o Senhor. A imagem visível do Deus invisível. Encerrando cito Jonathan Edwards que reforçam os meus argumentos.
“Do que foi dito, é evidente que a virtude consiste em amar a Deus; o Ser dos seres, sendo infinitamente o maior e melhor...Pois como Deus é infinitamente o Ser maior, então lhe é concedido ser infinitamente o mais belo e excelente; e todas beleza a ser encontrada em toda criação é apenas o reflexo dos raios difusos desse Ser que tem uma infinita plenitude de brilho e gloria. A beleza de Deus é infinitamente mais preciosa do que aquela de todos os outros seres”.
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