“Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei.Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também à mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente”. Jo 20.24-27.
Esta semana assisti na televisão uma reportagem sobre uma linda modelo que teve o rosto e outras partes do seu corpo queimado por ácido, crime provocado pelo ex-namorado. A modelo que hoje dirigi uma ONG ajudadora de pessoas queimadas, após o acidente ainda não havia permitido ser fotografada ou filmada por nenhuma equipe de TV. Ao ver as imagens fiquei impressionado sobre o quanto as cirurgias plásticas ajudaram a mudar sua aparência, por outro lado ainda é visível as marcar, as cicatrizes que enfeiam o seu rosto e o seu corpo.
A vida também é assim, com o passar dos anos percebemos quantas marcas carregamos em nosso corpo, quantas cicatrizes as pessoas nos deixaram e tantas outras deixamos na vida daqueles que estão a nossa volta. Marcas essas que às vezes gostaríamos de esquecer; cicatrizes que nos lembram um passado doloroso e angustiante. Marcas causadas pelo abuso, pela violência, pela negligência, pelo abandono, pela conivência, pela traição, pelo autoritarismo, pela difamação, pela vergonha, pelo acidente e tantas outras situações que de alguma forma produzem cicatrizes. Marcas que gostaríamos de esquecer. Marcas que provavelmente nunca vamos esquecer.
No texto acima as marcas da crucificação de Cristo estavam em seu corpo já glorificado, cicatrizes que jamais sumirão, pois tem o propósito de sempre trazer a nossa memoria todos os sofrimentos que o nosso redentor suportou em nosso lugar, afim de que obtivéssemos vitoria em seu nome.
O apostolo Paulo diz que trazia no corpo as marcas de Cristo. Marcas em seu físico provocadas pela sua fidelidade ao Senhor. E o meu desejo é que estas marcas também sejam formadas em nós, marcas que demonstram o quanto amamos o Salvador.
Normalmente, o que sempre ansiamos na vida é apagarmos as marcas. Uma ingratidão da nossa parte, pois além de Deus nos manter vivos, desejamos também que ele apague exatamente o que nós faria lembrar a graça e a misericordia com que somos tratados por Cristo, seja na conservação da vida ou na manutenção dela. Portanto, as marcas deveriam trazer a nossa memória sempre a certeza da presença confortadora e consoladora do nosso redentor.
“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade”. Lm. 3.21-23.
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